Resenha do filme "Ventos de Agosto"

Resenha de “Ventos de Agosto”
“Ventos de Agosto” é, segundo a sinopse divulgada, sobre um pesquisador de som que vai para uma vila e afeta a vida de duas pessoas que moram lá. Isso e o pôster eram tudo que eu sabia quando entrei na sala de cinema. E mesmo assim, eu ainda estava lutando durante o filme para conseguir arrancar algum sentido dele, porque a sua completa ausência de um arco narrativo é quase tão grande quanto a total falta de cuidado técnico.
Eu assisti ao filme com um colega de sala, e desde o primeiro plano, nós percebemos que parecia haver algo errado com os planos. Depois de algum tempo, concluímos que eles estavam fora de foco. Depois de mais tempo ainda, percebemos que havia foco, mas ele nunca estava onde deveria estar. Se duas pessoas estão conversando, o foco da câmera está no mato cinco metros para trás, ou na manga da camisa de uma terceira pessoa que é irrelevante para a cena.
Além disso, por uma aparente incapacidade da equipe de comprar um filtro para a lente da câmera para poder diminuir a luz do sol, fica claro em algumas cenas que a velocidade do obturador foi aumentada como uma forma de retirar o excesso de luz, resultando em uma ausência de motion blur, e portanto em um visual de vídeo digital que destoa completamente da estética fílmica, e também dos outros planos em que isso não ocorre.
Enquadramentos oscilam entre tentativas de copiar o estilo simétrico dos filmes de Wes Anderson, que são quase sempre fracassadas por não saber centralizar direito os elementos mais importantes da cena, há quebras de orientação espacial em algumas cenas de conversa, a cor e contraste da imagem oscilam esquizofrenicamente durante a mudança de plano de algumas sequências, e existem cortes malfeitos, que não se preocupam em mudar a posição da câmera e portanto causam muito estranhamento, além de em várias vezes haver uma mudança brusca de som que incomoda demais.
Se parece que estou gastando tempo demais analisando o aspecto técnico, é porque não