Resenha do filme: narradores de javé

RESENHA DO FILME: “NARRADORES DE JAVÉ”

O filme relata a realidade brasileira do sertão nordestino que está pra ser inundado graças a um projeto do Governo Bahiano que consiste em construir uma represa no local visando o progresso do estado.
O enredo do filme é a diferença entre linguagem oral e linguagem escrita e a importância destas na identidade e na formação cultural de uma civilização. Toda a sua história está centrada na oralidade, nos relatos de seus moradores.
Com o problema da enchente, os moradores resolvem se unir e procurar uma forma de se proteger dessa invasão. “Só não inunda, se for patrimônio. Então já sei o que fazer”, surge então o pensamento de escrever um documento, contando os marcos importantes de toda a história do lugar, de seus patrimônios, com a intenção de salvar Javé das águas. Mas como a maioria dos moradores eram analfabetos, um dos únicos moradores que sabia escrever era o carteiro. Mas este, havia sido expulso do Vale por manter seu emprego às custas de cartas que ele mesmo escrevia para os moradores, inventando fatos e criando casos para todas as famílias do local só para aumentar a circulação das mesmas.
O “narrador/chefe” dessa história, Zaquel, acredita que não basta apenas existir em pensamento, as histórias tem que se registrar por escrito para passar a existir para os demais. O povo não vê outra solução a não ser passar o carteiro de “vilão” a “herói”, salvando toda a história de Javé.
E as histórias foram surgindo. A fundação do lugar, os ilustres que guerreiros que ali habitavam, de suas propriedades. Só que por ter vários narradores, as histórias estavam sendo contadas em diferentes versões, tornando muito difícil a escrita do tal trabalho cientifico. Os heróis iam se alterando, muitos fatos incompatíveis deixou o escrivão confuso. Sendo assim, Biá entrega um livro em branco.
E a história de Javé então foi consumida pela modernidade. O sertão virou mar, levando embora toda as histórias e memorias do Vale. Uma