Resenha do documentário ''Lixo Extraordinário''

O documentário “Lixo Extraordinário” relata o trabalho do artista plástico Vik Muniz, um brasileiro conhecido mundialmente por utilizar objetos do dia a dia para criar imagens, e seu interesse em desenvolver obras artísticas com os catadores do lixão de Jardim Gramacho no Rio de Janeiro. Vik cria obras de arte com a ajuda dos catadores utilizando materiais do próprio lixão para formar imagens dos trabalhadores locais. Além das obras, o documentário mostra a realidade das pessoas que ali vivem na pobreza e as precárias condições de saneamento.
O interesse pelo lixão de Gramacho surgiu por ser o maior do mundo em recebimento diário. As dimensões do aterro e a quantidade de lixo são enormes, as pessoas dividem espaço com inúmeros urubus além de possuírem contato direto com variados resíduos o que eleva a essas pessoas alto riscos de contaminação e ricos de contraírem várias doenças. De acordo com o administrador do aterro, que recebeu Vik e seu companheiro Fábio logo na chegada, a retirada por dia de materiais recicláveis efetuadas pelos catadores é de 200 toneladas, o que demonstra a falta de comprometimento da população e do governo quanto à coleta seletiva.
Apesar da expectativa de encontrar pessoas rudes de infelizes Vik é surpreendido pelo bom humor dos catadores diante da realidade vivida por eles. Alguns deles se destacam: Zumbi, que foi vítima de um acidente no lixão e Tião, presidente da Associação de Catadores de Jardim Gramacho, os dois possuem o hábito da leitura e representam uma forma de liderança e superação.
A história de vida impressiona pela emoção transmitida nos depoimentos mudando assim a ideia primária de Vik. As filmagens ultrapassam o limite do lixão e mostram as moradias dos catadores. Suelem, uma das escolhidas, apresenta sua casa construída de madeira e que possui condições mínimas de saneamento básico, higiene e conforto.
As imagens para o trabalho foram obtidas por Vik através de uma câmera fotográfica, capturando diferente perfis