Resenha "Democracia Contra o Estado: Marx e o momento Maquiaveliano
Introdução –
Democracia Contra o Estado – Marx e o momento Maquiaveliano, de Miguel Abensour, produz em sua essência uma discussão a respeito do estatuto do político e da natureza do laço social na construção do pensamento de Marx. O autor inscreve Marx de uma nova perspectiva, reconhecendo o momento Maquiaveliano das análises de Marx e construindo o lugar de natureza do pensamento político crítico de Marx, além de um Maquiavel das classes operárias, mas inserido no momento maquiaveliano de filosofia crítica política.. O autor constrói a ideia de uma liberdade marxiana na reabilitação da vida cívica (momento maquiaveliano no pensamento de Marx). Para o autor, o campo político não se limita a antítese “real-imaginário”, não havendo uma crítica a despolitização da utopia ou sua interpretação no interior da ideologia. Abensour enobrece as utopias, criticando aqueles que atribuem valores fabulosos ou meramente fictícios a esse estatuto. O autor apresenta a utopia como elemento contrário a naturalização, ou a prisão a realidade necessária e fatal.
Abensour propõe pensar, com Marx, ou a partir dele a democracia como expressão por excelência do moderno, a democracia como um enigma da modernidade (um enigma para si mesma), uma cadeia de paradoxos a serem desmistificados ou reformulados. Dentro da produção do texto, Abensour desmistifica a ideia do estado democrático, construindo um paralelo de Democracia versus Estado, onde a aliança entre esses dois termos podem parecer pertinente, mas não são. A democracia estatal, para ele, é inconcebível, de modo que Abensour fala em uma nova-democracia, democracia pensada em respeito ao social mas em oposição ao estado. “Democracia Contra o Estado”, expressão que titula a obra e inicia as críticas ao totalitarismo, ao resgate da política e a construção da ideia da nova democracia contra o estado. A nova