Resenha de "Instinto de Nacionalidade", Machado de Assis

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS – Faculdade de Letras
Anna Gabriella Lopes Alcântara Moreira 29/10/2014 Turma M1
Resenha Crítica: ASSIS, Machado de. Notícia da atual literatura brasileira. Instinto de nacionalidade. Nova York: Revista Novo Mundo, 24/03/1873.

A exposição crítica e ponderada de Machado de Assis

Nesta notícia geral sobre a cultura literária brasileira, Machado de Assis não só pretende expor “por alto os defeitos e as excelências da atual literatura brasileira”, como também deseja avaliar um suposto sentimento de instinto nacional presente na arte em questão. Ele tem um cuidado didático em dividir seu artigo por partes e esclarecer sobre cada uma. São elas: O Romance, A Poesia, O Teatro e A Língua.

A princípio, ele cita alguns autores do Arcadismo épico, Santa Rita Durão e Basílio da Gama, os quais têm obras, na época, consideradas nacionais, devido aos seus temas indianistas. Isso os fez considerados como pioneiros na poesia brasileira. Em comparação, Machado reconhece Tomaz Antônio Gonzaga, o “pastor da Arcádia”; mas, para o crítico de Assis, não se faz inteiramente nacional, por não largar o cajado de pastor e ter em sua lírica temas e valores inteiramente europeus. Machado de Assis também aborda Gonçalves Dias e José de Alencar como os principais pioneiros do romance indianista. E com isso, ele abre espaço para uma exposição do estilo literário bem presente na elite brasileira da época: O Romance. Contudo, ele argumenta inteligentemente o conteúdo geral destes romances, sendo, como hoje dizemos, água-com-açúcar. Não se encontravam romances de crítica social, mas sim, os que reproduziam e conservavam os costumes gerais dos brasileiros, desde o interior ao litoral do país. Sobre as inspirações e costumes literários, Machado de Assis valoriza muito as obras que abordam os costumes dos índios tupiniquins. Contudo, para ele “não se limitam os nossos escritores a essa só fonte de inspiração”. O