Resenha crítica

MARX, K. & ENGELS, F., Sistema de Ensino e Divisão do Trabalho, “A ideologia Alemã”.
A divisão do trabalho na sociedade seja ela capitalista ou socialista, e a questão do ensino ser pertinente ou não a esta, são os assuntos abordados por Karl Marx e Friedrich Engels no texto “Sistema de Ensino e Divisão do Trabalho”. O texto também atrela o surgimento da questão à divisão entre trabalho material e trabalho intelectual. É apontada, também, a separação entre as categorias: industrial, comercial e agrícola como consequência da divisão do trabalho. Esta separação, por assim dizer, vai delinear as relações dos indivíduos, através das formas de exploração. A divisão do trabalho, segundo o texto, dá-se por estágios, e cada novo estágio “determina igualmente as relações entre os indivíduos no que toca a matéria, aos instrumentos e aos produtos do trabalho”, afirmam Marx e Engels. Percebe-se, no texto, que o trabalho intelectual, ou seja, a teoria, a teologia, a filosofia, a moral etc., só entra em conflito com as relações existentes (as sociais e trabalhistas) quando tais relações entram em desavença com a força produtiva existente, portanto, supõem que o socialismo (trabalho intelectual) só surgiu porque a sociedade produtiva leia-se “força operária”, foi de encontro ao capitalismo exacerbado, que era o sistema social vigente da época. Por este motivo, afirmam que a força produtiva, o estado social e a consciência “podem e devem necessariamente entrar em conflito entre si” e completam “a possibilidade de que esses elementos não entrem em conflito reside unicamente na hipótese de acabar de novo com a divisão do trabalho”. Afirmam que esta só existe e resiste porque a força produtiva diverge de tal sistema. O socialismo seria, portanto, a “expressão mental idealista, a representação aparente do indivíduo isolado”. Os autores afirmam, ainda, que o capitalismo, apesar de contraditório (gozo x trabalho; produção x consumo), “repousa por sua vez sobre a divisão natural do