resenha critica do filme carlota joaquina princesa do Brasil
Louca”.
Carlota Joaquina resume uma tendência de pensamento mitológico brasileiro seguido de obras mais recentes no mesmo tema (O Quinto dos Infernos, mini-série de
Carlos Lombardi exibida na TV Globo em 2002; o livro de Laurentino Gomes, 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil). Roland Barthes explica que:
A mitologia participa de um construir do mundo, tomando como ponto de partida permanente a constatação de que o homem da sociedade burguesa se encontra, a cada instante, imerso numa falsa natureza, a mitologia tenta recuperar, sob as inocências da vida relacional mais ingênua, a profunda alienação que essas inocências têm por função camuflar (BARTHES, 1956, p. 175). A obra de Carla Camurati é mais uma versão que essa sociedade encontrou para
“alegorizar” sua história. E a autora encerra seu filme com as palavras que ilustram a lógica de como os mitos tentam se proteger na História oficial: “O problema com a
História é que quanto mais se lê, menos se sabe. Cada um tem uma