Resenha coração valente

Em meio a uma época onde o mundo observa com temor revoltas populares em países que até pouco tempo atrás não eram nem sequer lembrados, sendo apenas chamados de árabes, expressão essa que muitos ocidentais adotaram como sinônimo de vários países do oriente médio e norte da África, assistir a um filme como Coração Valente serve para confirmar o fato de que guerras, sejam elas de cunho político, territorial ou mesmo movidas pela religião, se fazem presentes em toda história da humanidade e, tal qual nos dias atuais, os escoceses provaram que através da mobilização popular é possível atingir um bem comum a todos. Porém, mesmo em pleno século XXI, governos agem como tiranos, esmagando seus inimigos usando como argumento o bem da pátria.
Coração Valente, filme de 1995, foi dirigido e estrelado por Mel Gibson, que lhe garantiu inclusive o oscar de melhor diretor. Sobre o ator americano um adendo, o mesmo Mel Gibson que gosta de retratar nos cinemas heróis e figuras históricas, tais como Willian Wallace e Jesus Cristo (A paixão de Cristo) é também aquele que nos dias atuais vive figurando nas páginas policiais, hora por dirigir bêbado, hora por ameaçar de morte a ex-mulher etc.
Willian Wallace, protagonista do filme, também o foi em vida, pois trata-se de um personagem real, merecedor de todas as honras em seu país natal e reconhecido como um dos pais da independência da Escócia. Não há um consenso sobre sua origem e biografia, desta forma, o mesmo é retratado de maneira menos selvagem e mais romântica, fato aceito como uma licença artística ou poética, por tratar-se de um filme e não um documentário. E também o fato de que para alguns Willian é a figura clássica do mito, sendo assim, sua história é passada de geração em geração, onde passagens de sua vida por vezes são ignoradas enquanto outras ganham ares divinos, afim de que o mito cresça cada vez mais, servindo de exemplo para aqueles que vieram depois.
O cenário retratado no filme é o da Europa entre o fim do