RESENHA COLETIVO DE AUTORES

Metodologia Crítica-Superadora (1992)

A metodologia crítica superadora apresentada por um coletivo de autores(Carmen Lúcia Soares, Celi Taffarel, Elizabeth Varjal, Lino Castellani Filho, Micheli Ortega Escobar e Valter Bracht), na obra Metodologia do Ensino de Educação Física(1992), deve ser um dos procedimentos de ensino mais discutidos da história da didática da educação física. Desde o seu lançamento, aconteceram inúmeros encontros e congressos debatendo os seus pressupostos, efeitos e, sem dúvida, suas limitações. Parece ser inegável o nível da sua penetração na nossa área e, pelo volume de interpretações, já deveríamos ter chegado a um mínimo de consenso sobre, pelo menos, algumas das suas possibilidades práticas, e numa visão realmente dialética, a sua superação.
Partindo do referencial teórico da obra, encontraremos uma perspectiva educacional crítica denominada crítica social dos conteúdos que nos anos 70 e 80 conquistou a atenção de muitos educadores e ainda possui muitos adeptos. A teoria crítica social dos conteúdos, apresentada e desenvolvida por Dermeval Saviani (1991), Moacir Gadotti (1984), José Carlos Libâneo(1985), entre outros, está centrada na concepção pedagógica histórico crítica, que, por sua vez, se fundamenta na corrente do materialismo histórico dialético. Uma vez feitas as apresentações iniciais, podemos perceber que um dos possíveis motivos para tantas polêmicas, se ancora num aspecto fortemente político-ideológico.
O que devemos evitar nesses casos é um questionamento pedagógico a partir de um apriori político, ou pior, político partidário. As metodologias não devem ficar melhores ou piores por conta disso, ou seja, as nossas aulas não serão mais dinâmicas ou mais atraentes, pelas nossas convicções políticas-ideológicas. Existem, logicamente, implicações no produto do nosso trabalho, que, em última análise, será avaliado pelo aluno em situação de prática social. Devemos pensar também, e isso é extremamente importante, nas