Resenha: Cinema político, Batalha de Argel

2285 palavras 10 páginas
RESENHA SOBRE O FILME A BATALHA DE ARGEL

Argélia, segundo maior país africano localizado ao norte do continente, teve suas fronteiras

estabelecidas em 1830, após a conquista pelos franceses. Em 1842, o país foi anexado formalmente

ao território francês começando então uma constante luta dos argelinos em busca dos diretos

negados pela França.

Com o início da Guerra Fria e com o estímulo de ambos os lados que participavam dessa guerra, os

países africanos começam o processo de libertação das metrópoles européias. Inserida nesse

contexto, a Argélia passa a organizar a Frente de Libertação Nacional (FLN), corrente

anticolonialismo, que inicia a guerra contra a França em 1954.

Tendo como pano de fundo toda a luta pela independência da Argélia, o italiano Gillo Pontecorvo

realiza o documentário “A Batalha de Argel”, considerado um marco do cinema político dos anos 60 e

vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza de 1966.

Gillo Pontecorvo nasceu em Pisa, no ano de 1919, e faleceu em Roma, no ano de 2006. Foi

fotojornalista e na década de 40 se filiou ao partido comunista lutando na segunda guerra mundial, na

qual defendeu o fascismo, em seu país de origem.

Realizado em 1965, “A Batalha de Argel” apresenta de forma clara e objetiva táticas de guerrilhas

utilizadas pelos argelinos e formas de torturas utilizadas pelos militares franceses.

A cena que abre o filme é “dura”, um homem está diante do espectador, homem esse que acaba de

ser torturado. A violência não é transmitida, mas a humilhação de um homem que foi obrigado a

delatar. A personagem está no centro, estático, encolhido e, na aproximação da câmera em seu

rosto, a fotografia em preto-e-branco acentua a fragilidade de sua feição, ficando dois olhos

arregalados e amedrontados em um homem mirrado e sujo, sem voz. À sua volta, torturadores

“enormes” e satisfeitos. Esta cena, este olhar, muda o olhar do espectador para todas as cenas

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