Resenha capítulo 01 Ermínia Maricato

Resumo:

Na periferia do mundo globalizado:metrópoles brasileiras.

Emília Maricato, em sua análise acerca o Urbanismo no Brasil, constrói um pensamento crítico, interligando as origens dos problemas nas cidades brasileiras, com propostas de melhorias visando superar a desigualdade e a segregação, tão enraizadas em nossa sociedade.
Dividido em 5 grandes textos, o primeiro busca fazer um apanhado histórico desde o período colonial, procurando alcançar as origens do atual sistema socioeconômico brasileiro até os dias de hoje. Sua escrita, rápida e dinâmica, consegue ilustrar, em poucas linhas, o panorama dessa crise que acompanha o país desde sua colonização.
Claro, a modernização é visível, e até louvável, porém, visto de outra forma, apenas recria o processo de desigualdade. É esse contraste, essa contradição que fazem o Brasil o que é hoje: de um lado, somos a 9° economia do mundo, de outro, o décimo país em desigualdade social.

O processo de Urbanização no Brasil

O Brasil passou por um intenso processo de urbanização, com um aumento de mais de 60% em 60 anos da parcela da população que vive na zona urbana. Esse processo, entretanto, desde seu ínicio é excludente. No século XIX “as reformas urbanas, [...] lançaram as bases de um urbanismo moderno ‘à moda’ da periferia”, ou seja, enquanto os centros passaram por um intenso desenvolvimento e processo de embelezamento com o objetivo de modernizar as grandes cidades, a maioria da população é expulsa para as periferias – locais onde o mercado imobiliário selvagem não possuia interesse – num processo de intensa segregação social.
Em 1930, com Getúlio Vargas, a economia brasileira lança as bases para a alteração de caráter, saindo de uma economia predominantemente agroexportadora para lançar-se no mundo industrial, através do modelo de substituição de importações. Esse processo, porém, não significou a ruptura com os interesses hegemônicos da elite anterior, agroexportadora. Pode-se afirmar, portanto,