Resenha Aranha
Aranha, M.S.F. (1980). Paradigmas da Relação da Sociedade com as pessoas com deficiência
O trabalharmos com questões que envolvem a língua para surdos e seu processo de ensino-aprendizagem, precisamos recordar que ao longo da história houve um avanço considerável nas abordagens dadas aos portadores de necessidades especiais e então o termo “inclusão”, conforme Aranha (2001), não pode ser ignorado, já que foi cunhado por diferentes minorias, resultado da busca da garantia de direitos de todos.
Se pensarmos que há pouco tempo o medo das instituições para “loucos”- os ditos ambientes segregatórios ou escolas especiais, rondava todas as famílias, o trabalho apresentado por Aranha (2001) e que foi desenvolvido por Valerie J. Bradley, em 1978, nos mostra a desinstitucionalização como resultado da melhoria do sistema de recursos e serviços da comunidade, da exigência dos consumidores pelo acesso a esses recursos e serviços, do início do uso de antibióticos, que reduziu o índice de mortalidade nas instituições e da resultante sobrecarga de pessoas institucionalizadas que exigia que se construíssem novas instituições ou se criassem novas alternativas comunitárias.
A institucionalização gerava incômodo por parte dos diferentes setores da sociedade e, partindo dos conceitos de “desvio” e de “normalidade”, configurava-se, gradativamente, o Paradigma de Serviços. De acordo com Aranha (2001), ao se afastar do paradigma da institucionalização o que interessava era desenvolver meios para que estes pudessem retornar ao sistema produtivo. Criou-se o conceito de integração, fundamentado na ideologia da normalização, a qual advogava o “direito” e a necessidade das pessoas com deficiência serem “trabalhadas” para se encaminhar o mais proximamente possível para os níveis da normalidade, representada pela normalidade estatística e funcional.
A inclusão, como propõe Aranha (2001), parte do mesmo pressuposto da integração, que é o direito da pessoa com deficiência ter