Resenha 1
Centro de Artes, Humanidades e Letras
Curso de Museologia
CAH200 – Teoria do Objeto– Profº Carlos Costa
Clarissa Wetzel Corrêa – 201311634
O que veio primeiro: a consciência, o objeto, a necessidade ou o desejo?
O texto de Cesare de Seta na Enciclopédia Einaudi – Objecto – reflete seus conhecimentos como historiador da arte, em especial seus estudos da história da arquitetura e busca refletir o “objeto”, seu estatuto, seus usos e sua influência no mundo que nos rodeia. O autor inicia sua reflexão a partir do que teria sido o primeiro objeto da história: uma pedra lascada. O ato de acertar uma pedra com outra, em ângulo de 90º, com o objetivo de lasca-la (e para assim dar-lhe outro uso, para além de ‘pedra’) pressupôs do indivíduo uma consciência do que estaria fazendo, uma previsão do resultado e, por fim, uma intencionalidade. Nesse caso, a intenção de sobreviver. Este “primeiro ato” no fabrico de um objeto foi o início da necessidade do homem de ter objetos que fizesse aquilo que não poderia, e assim (sobre)viver por mais tempo e/ou mais facilmente.
Feita esta primeira observação, De Seta propõe analisarmos uma distinção nesse universo de objetos: o objeto de uso e o objeto artístico.1 Fica evidente para o autor que esta divisão de valores entre útil e belo é dada na Idade Moderna, em decorrências dos ideais renascentista, quando o artífice torna-se artista2 e ocorre uma divisão bem clara entre arte menor (manufatura) e arte maior (arquitetura>pintura>escultura), uma divisão entre artesanato e arte.
Tal premissa pôde ser repensada com o advento da máquina na Revolução Industrial e a produção em série de objetos úteis e belos. É evidente que o autor levanta as questões sobre alienação da força de trabalho, mas não apenas essa alienação. Ele observa que:
“ a indústria produtora exprime-se e realiza objetos que não são fruto de uma escola comunitária [como a guilda dos artífices] e de um trabalho colectivo, mas