Reseha cybercultura

1430 palavras 6 páginas
Resenha Cibercultura e pós-humanismo
RÜDIGER, Francisco. Porto Alegre: EDIPURS, 2008, 239p. Paulo Cirne de CALDAS * “é perfeitamente concebível que a era moderna venha a terminar na passividade mais mortal e estéril que a história jamais conheceu” ([1958]1993:335-336)** Sem dúvida, a leitura do livro de Francisco Rüdiger, intitulado “Cibercultura e póshumanismo” [2008], descentra o sujeito, mas não reificando-o na promoção de um individualismo expressivo, conforme alguns autores da chamada “pós-modernidade” o fazem, como por exemplo M. Maffesoli. O livro de Rüdiger estuda o problema do póshumanismo na cibercultura com uma proposta subjacente de ver o pós-humano “como senha de certos problemas que se colocam à humanidade na atual encruzilhada da sua história” (p.17). Na introdução, o autor faz uma reflexão crítica histórico-filosófica sobre a técnica. Apoiado em Heidegger, o autor chama-nos a atenção de como hoje somos “prisioneiros do pensamento tecnológico” (p.11). Apreendemos daí um alerta que no decorrer dos nove textos vai sendo elaborado com uma dose certa de distanciamento em relação ao objeto. O livro de Rüdiger constitui-se de duas partes que se complementam de modo a nos instigar criticamente diante da realidade. Antes desses blocos, o autor “oferece um rápido panorama sobre as origens da cibercultura e a relaciona com o progresso da indústria cultural no final do último século” (p.16). Intitulado “A comunicação na era da cibercultura: adeus à industria cultural?”, o ensaio, apropriadamente, ajuda-nos com Adorno a compreender satisfatoriamente como a cibercultura “é, em essência, uma nova forma de negócio com os bens culturais da indústria [...] um capitalismo digital que se projeta para além da informática empresarial” (p.33). O pós-humanismo é pensado, aí, para percebermos com Rüdiger como os fenômenos da cibercultura sinalizam a chegada de um novo tempo, “caracterizável do ponto de vista histórico, crítico e humanista como o de uma barbárie

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