Republica: onde o real se esconde sob o formal
Patrícia Candeira Sousa1
André Coelho Silva Sousa2
Orientadora: Joelma Alves Passos
RESUMO Este artigo vem mostrar para os alunos de História que a Proclamação da República, foi um jogo de interesses pela parte das elites, cafeicultores e empresários. A preocupação deles foi tão pouca que o discurso era considerado inacessível a um publico com baixo nível de educação formal, pois sabemos que em momentos de mudança política e social é importante a manipulação do imaginário social. Mas o interesse dos republicanos não era formar multidões em plena praça, mesmo porque para eles não haveria mudanças significativas na condução da política social e econômica. No entanto, o que poderemos vê mais adiante é que as idéias eram importadas da Europa e assimiladas pelos republicanos brasileiros de forma complexa. Como conseqüência, a República deixa de ser ideologia para se transformar em objeto de poder. Os republicanos esperavam da sociedade carioca um comportamento eufórico, semelhante ao comportamento que tinham ao participar de um evento comunitário. Mas como participar ativamente de uma organização civil, sendo alvo de exclusões e discriminações? A este povo excluído restou apenas ser considerados como os bestializados.
PALAVRAS-CHAVES: Proclamação da República, bestializados, sociedade.
1. INTRODUÇÃO
Em 1889, o Brasil concretizou seu regime republicano. No final do Império houve uma diversidade intelectual no Brasil, neste período as idéias não tinham cunhos nacionais, todas as ideologias que inflamaram o espírito republicano eram importadas da Europa, o maior problema disto era não absorver por completa as idéias. Os pensamentos ideológicos europeus eram absorvidos pelos intelectuais brasileiros em parte, isso fazia com que as idéias fossem distorcidas, como diz José Murilo de Carvalho: ... “Misturavam-se e combinavam-se das maneiras mais esdrúxulas na boca e na pena das pessoas mais