Remanescências de uma industrialização na Zona do Vale do Ave

Remanescências de uma industrialização na Zona do Vale do Ave
15.02.2014
Tema: A industrialização das sociedades: Das pequenas às grandes regiões Industrias

O processo de industrialização e da construção das regiões fabris, tais como a do Vale do Ave, servirão como objecto de reflecção no presente trabalho. O objectivo primordial consiste

na concepção de um elo de ligação entre o processo de

industrialização (incluindo todas as suas frentes, quer a nível estrutural, quer a nível de relação social com o espaço), examinando a sua evolução temporal até a atualidade. Tentando dar resposta à pergunta do que terá acontecido às gigantescas infra-estruturas industriais.

A sociedade portuguesa é tradicionalmente uma comunidade com raízes rurais profundas, conseguimos facilmente apercebermo-nos disso ao relembrar que apenas em 2011 nos revertemos numa sociedade mais urbana que rural. Essa ruralidade era exibida através: do isolamento gráfico, em diversas ocorrências até mesmo geográfico; pelo trabalho agrícola de subsistência, o que leva a uma grande dependência em relação à natureza e aos processos naturais uma vez que a sua principal actividade é a agricultura, que leva a um estreitamento da relação da população ao local, estando este último associado à memória; o grupo doméstico que existe na aldeia rural pode ser definido como uma unidade de consumo (que comem do mesmo), unidade de residência (vivem num mesmo composto) e por um unidade de produção (cultivam a mesma terra); levando a esta necessidade de interconhecimento entre os diverso grupos domésticos e por isso, um fortíssimo controlo ecológico. A aldeia fecha-se então dentro de si própria , pois todos os habitantes partilham a mesma cultura, tornando se assim um grupo, um “nós”, que tem a sua hierarquia estabilizada e que reduz o relacionamento com a cidade ao nível do estritamente necessário, sendo este feito pelos seus notáveis, que defendiam os interesses do “nós”. Deste