relatorio black block

Depois dos acontecimentos de 14 N em frente à Assembleia da Republica, únicos na sua composição não só pela violência dos confrontos, mas também por toda a atuação das autoridades, que em pleno direto para o pais, mantiveram horas a fio uma posição de total passividade perante as interpelações desordeiras de dezenas de manifestantes. Esta atuação deixa no ar a ideia e suspeita de uma premeditação com o fim de legitimar a opressão, perante a opinião pública, o que acabou por acontecer. Uma descarga brutal de violência e demonstração de força sobre homens, mulheres, idosos, deficientes, crianças, bicicletas, sinais de trânsito, etc… uma autêntica avalanche de músculos e ferro sobre a carne. Considerámos oportuno abordar a temática do papel desempenhado pelas autoridades responsáveis pela manutenção da ordem vigente, ordem esta moldada sob os contornos de uma democracia representativa que aos olhos de cada vez mais pessoas se apresenta em falência, pelo contínuo desrespeito, e até desprezo, para com os seus próprios princípios basilares, por parte da máquina do estado e consecutivos governos.
Para o efeito trazemos hoje o filme Black Block, realizado por Carlo Bachshmidt, Genovês formado em Arquitetura e Comunicação Social. Entre 1994 e 1998 Carlo Bachshmidt esteve envolvido em diversas campanhas de informação pública dirigidas aos jovens, e adquiriu valências na participação ativa em organizações locais e nacionais. Em 2001 participou na organização do Fórum Social de Génova, a organização contra o G8/Génova, tornando-se depois técnico consultor no Fórum Legal de Génova, responsável pela análise e apresentação de todo o material fotográfico e de vídeo daqueles dias de Julho desse ano.
É um filme de 1H e 16min onde estão compiladas algumas das imagens de vídeo mais marcantes desses dias, tais como a do ativista Carlo Giuliani fatalmente atingido a tiro pela policia, que mais tarde alegou legitima defesa, e onde se encontram os relatos de alguns manifestantes que