Regionalismo

Blocos econômicos regionais: o regionalismo
Túlio Cezar de Oliveira Bunder
Victor Ferreira.
1. Introdução
A regionalização, ou formação de blocos econômicos preferenciais em âmbito regional, começa a desenvolver-se a partir de meados de 1980, quando a então Comunidade Econômica Europeia, superando anos de recessão, lança o Ato Único Europeu de 1986, ambicioso programa de eliminação de todos os entraves à constituição de um mercado europeu unificado, que posteriormente viria a se consolidar com a UE e a criação do euro. Outras manifestações podem ser observadas na América, com as aproximações bilaterais dos EUA e Canadá, e do Brasil com a Argentina. De fato, no decorrer dos anos 1980 e 1990, surgem diversos projetos de blocos comerciais (SOMBRA, 2008). Os mais conhecidos são a UE, a Cooperação Econômica da Ásia-Pacifico (Apec), o Mercado Comum do Sul (Mercosul), o Acordo de Livre-comércio da América do Norte (Nafta), a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), mas também outras associações proliferam em outras regiões da América Latina e do Caribe, da África do Norte e da África negra, do mundo muçulmano e do continente asiático (SOMBRA, 2008).
Para os países desenvolvidos, a busca de uma integração regional, tinha como objetivo fortalecer cada polo no novo contexto de competição internacional. As empresas necessitavam de maiores áreas de atuação, com uma legislação comum e ampliação do mercado. Assim as integrações na Europa ocidental e na América do Norte tinham intuito estratégico de uma reorganização econômica mundial e não apenas de questões defensivas. Para o Japão a situação foi diferente. Por razões globais (soberania limitada face aos EUA) e locais (existência de países socialistas como a China), o país acabou desenvolvendo uma integração informal, particularmente com os Tigres, a China e a ASEAN. Enquanto as integrações na periferia possuem um caráter visivelmente reativo e defensivo