Reflexões a respeito da teoria da escolha racional
RESUMO
Neste artigo, temos por objetivo discutir, embora que de forma rápida, a aplicabilidade da Teoria da Escolha Racional; entretanto, não estamos nos propondo a fazer um estudo exaustivo dessa teoria. Buscamos, principalmente, entender as noções que estruturam a teoria e, para tanto, procuramos situar o nosso entendimento a partir da construção teórica de alguns autores que se detêm na abordagem da temática. Situamos, num primeiro momento, os princípios gerais que norteiam essa teoria, assinalando, também, de forma breve, as semelhanças na forma de compreender as ações humanas no âmbito da filosofia grega e, em seguida, de acordo com os princípios apresentados da teoria da escolha racional, bem como nos propomos a discutir, a partir de alguns exemplos colocados, a aplicabilidade desses princípios.Conforme colocado, não pretendemos discutir a teoria em toda a sua complexidade, mas, apenas nos limitarmos a questionar, basicamente, o princípio em que se coloca a relação que se estabelece entre as “ações” e os “desejos” dos agentes.
Palavras-chave: Escolha Racional; Filosofia; teoria; ações; desejos.
1. Teoria da Escolha Racional: Noções básicas Os princípios da teoria da escolha racional não se constituem como uma inovação no pensamento sociológico, entretanto, o desenvolvimento dessa teoria só ganha uma amplitude considerável na década de 80. É nessa década que Baert (2006) observa que para além do campo econômico essa teoria se amplia para outras áreas do conhecimento, levando-o a afirmar que este desenvolvimento significou “ [...] o último assalto imperialista da economia na sociologia: a subordinação do homo sociologicus ao homo economicus”.
Para fundamentar esta afirmação, Baert observa a diversidade de situações em que a teoria da escolha racional vem sendo utilizada como modelo para explicação de fenômenos