Referencial

É cada vez mais preocupante a quantidade de resíduos eletrônicos gerados no planeta. Isso se deve em grande parte porque cada vez mais os equipamentos construídos são descartáveis, ou seja, não são fabricados com intuito de uma vida longa, mas sim, se tornarem obsoletos em curto espaço de tempo, sendo necessário o seu descarte e aquisição de outro equipamento com as mesmas funções. Assim, essa obsolescência prematura, também chamada de “obsolescência planejada” (LUTZENBERGER, 1976, pg. 36), acarreta a geração de uma enorme quantidade de resíduos.
Muitos dos componentes eletrônicos utilizados na fabricação desses equipamentos possuem elementos tóxicos, como por exemplo mercúrio, chumbo, cádmio, dentre outros. Portanto, não podem ser simplesmente descartados no meio ambiente nem mesmo incinerados, visto que isso acarretaria a contaminação dos solos, água e ar (FERREIRA, 2008). Sabemos, no entanto, que muitas vezes esse material não segue seu destino correto, indo parar no aterro sanitário, sendo incinerados ou mesmo jogados ao ar livre, contaminando o ambiente.
Além disso, se fizéssemos uma análise sob o ponto de vista exclusivamente econômico, de curto prazo, veríamos que muitos componentes eletrônicos são construídos a partir de materiais raros ou preciosos, tais como: ouro, platina, paládio, irídio, neodímio, etc. Logo, a recuperação desses materiais pode representar a diminuição nos custos de produção além de evitar sua extração da natureza, contribuindo para a preservação dos recursos naturais (HOCQUARD, 2011).
A reciclagem é uma alternativa para evitar seu descarte e ao mesmo tempo poupar a extração de recursos naturais para a obtenção de terminada matéria prima. Sabemos, no entanto, que esta deve ser a última alternativa a ser adotada. Antes dela, existem muitas outras possibilidades, hoje exaustivamente conhecidas pelos diversos Rs (erres): Repensar, Recusar, Reduzir, Reutilizar, Reaproveitar, Recuperar, Reparar, Responsabilizar, Respeitar, Reintegrar,