Recensão

Recensão
No âmbito da Unidade Curricular
Discurso dos Média
“Teoria da interpretação: o discurso e o excesso de significação”
Paul Ricoeur
Beatriz Gil, Nº 39800
2º Ano Turma: B
Ciências da Comunicação
A presente recensão foi realizada com base no livro “Teoria da Interpretação”, de Paul Ricouer, no qual o filósofo francês pretende compreender a linguagem enquanto obra, aprofundando as dinâmicas existentes no discurso.
A teoria da interpretação proposta por Ricoeur é um itinerário rumo ao tema da compreensão composto por três conceitos: do discurso, do texto e da leitura do texto, sendo que estes se influenciam mutuamente e interagem dialeticamente.
Dentro desta ótica, Ricoeur defende uma abordagem fenomenológica, na qual a obra significa enquanto representação de determinados contextos à luz das suas produções.
A linguagem enquanto discurso articula-se, nos tempos modernos, fundamentando-se na estrutura proposta por Ferdinand de Saussure: langue e parole; sendo a primeira referente ao código usado no ato da linguagem, de cariz inerentemente coletivo; e a segunda a uma mensagem transmitida trans individualmente de forma intencional. Deste modo, extrapolando as unidades menores que compõem a frase, o modelo estrutural de Saussure aplica-se aos textos enquanto obras capazes de uma autossuficiência que provém das suas relações internas.
Ricoeur propõe comutar parole por discurso, conferindo-lhe uma abrangência que anteriormente não comportava, uma vez que esta se restringia a uma imagem residuária da langue. É desta forma que que o autor ratifica distinções entre semiótica e semântica (signo e frase), diferenciando-as: uma frase tem capacidade de criar uma nova identidade, mais complexa; o que não é verificado no uso da palavra – “ a frase é um todo irredutível à soma das suas partes”. Ricoeur hierarquiza estas duas correntes, sobrepondo a semiótica à semântica. Para Ricoeur, o discurso depende da dialética entre evento e significação. A