Realismo
Naturalismo
E
Parnasianismo
O Realismo em Portugal
O realismo em Portugal significou mais que uma renovação na literatura quanto a temas, linguagem e visão de mundo. Representou também uma tentativa de livrar o país da mentalidade romântico-cristã e leva-lo à “modernidade” por meio do contato com as novas ideias filosóficas e cientificas que circulam na Europa.
O Realismo teve inicio em Portugal com a Questão Coimbra, episódio ocorrido em 1865. Nessa época, haviam finalmente cessado as lutas entre os liberais e as facções que representavam a velha monarquia deposta pela revolução de 1820.
Consolidando o liberalismo, Portugal conheceu, a partir de 1850, um período de estabilidade politica, de progresso material e de intercambio como resto da Europa.
Apesar dessas novidades no cenário politico-cultural, a literatura portuguesa ainda se encontrava impregnada das velhas ideias românticas e árcades.
A Questão Coimbrã
Já havia alguns anos, os meios literários portugueses tinham como principal expressão o consagrado poeta árcade Castilho. Representante do academismo e do tradicionalismo literário, Castilho, idoso e cego, reunia em torno de si jovens escritores a quem protegia e por quem era tido como mestre.
A Questão Coimbrã teve inicio quando Castilho, ao escrever um posfácio elogioso ao livro Poema da Mocidade, de seu protegido Pinheiro Chagas, aproveitou para criticar um grupo de poetas de Coimbra, a quem acusou de exibicionistas e obscurantistas. São citados no posfácio os escritores Teófilo Braga e Antero de Quental, que acabara de publicar a obra Odes moderna.
O que se ataca na escola de Coimbra não é uma opinião literária menos provada, uma concepção poética mais atrevida, um estudo ou uma ideia. Isso é pretexto apenas. Mas a guerra faz-se à independência irreverente de escritores que entendam fazer por si sós o caminho, sem pedir licença aos Mestres, mas consultados só o seu trabalho e a sua consciência.
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