Realismo português

2622 palavras 11 páginas
REALISMO PORTUGUÊS
(1865 – 1890)

Nos anos seguintes a 1860, desencadeia-se profunda reviravolta na vida mental portuguesa: o Romantismo, exausto, agonizante como estilo de vida e de arte, embora presente em muitas de suas facetas, começa a sofrer os primeiros ataques por parte da nova geração. Mais uma vez é Coimbra que serve de trincheira para os revolucionários, com a diferença de que o grito rebelde parte agora da massa estudantil, alvoroçada pelas idéias vanguardeiras de Proudhon, de Quinet, de Taine, de Renan e outros. Em 1861, Antero de Quental funda a Sociedade do Raio, associação secreta que congrega cerca de duzentos estudantes das faculdades de Coimbra, com o objetivo de instaurar a aventura, a anarquia, a insubordinação, no âmbito acadêmico. Assim, Antero exalta a Itália livre e Garibaldi, então ferido em combate, num significativo gesto de audácia e rebeldia. A Sociedade do Raio ainda vai agir no ano seguinte, raptando o Reitor Basílio Alberto e obrigando-o a demitir-se. Aqui Antero edita as Odes Modernas. Com a Questão Coimbrã formam-se dois partidos: um pró-Castilho e outro pró-Antero, inclusive estendendo-se até o Brasil, com a adesão de Dom Pedro II e Sílvio Romero. Desta forma, estava definida a crise de cultura que introduz o Realismo em Portugal. A derrota de Castilho significava apenas o golpe de morte no Romantismo: nem era necessário tanto ruído para abater as modas envelhecidas; bastava aguardar os anos, mas é condição da juventude o gosto de pôr abaixo os velhos ídolos. Formados em Coimbra,os participantes da revolta anticastilhista e anti-romântica, dispersam-se e só tornam a reunir-se em Lisboa, em 1868,realizando encontros periódicos: Eça de Queirós e Antero. Congrega-os uma “escandalosa fornalha de Revolução, de Metafísica, de Satanismo, de Anarquia, de Boêmia feroz”, como lembra Eça de Queirós no retrato que pintou de Antero. Em 1871, os integrantes do Cenáculo resolvem organizar um ciclo de conferências

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