Rap: o novo som da mpb
Segundo dados do IBGE de 2010, apenas na cidade de São Paulo, de 96 distritos, 57 estão localizados na região periférica da cidade. Um total de 6.838 641 pessoas, 63% da população, que – consciente da sua circunstância – poderia se identificar com um som, cujo fim seja protestar quanto às condições sociais nas quais está inserida.
A música de protesto contemporânea
Chico Buarque, durante a segunda metade do século XX, ovacionou multidões com seus hinos contrários à situação política que o país vivia. A música brasileira dos dias de hoje transita pelas origens, mas segue dubitável no que condiz ao aspecto questionador, o qual remete a arte como maneira de manifestação das ansiedades populares.
O rap – som original da Jamaica, que conquistou espaço nos “guetos” dos Estados Unidos – chegou ao Brasil importado, mas já na segunda metade da década de 1990, passou a expor a insatisfação de uma parte da população, segundo explica o produtor musical Zeca MCA: “[Nesta época] aparecem muitas bandas de rap e o protesto torna-se evidente, em conjunto com as letras violentas”.
Zeca MCA é José Melo da Costa Aguiar, e trabalha na equipe que leva ao ar o programa Manos e Minas, exibido semanalmente pela TV Cultura há quatro anos. A atração musical apresenta os ídolos deste universo musical e dá abertura aos questionamentos do jovem da periferia. “Mais importante que haver um programa de rap na TV Cultura, é pensar que há um programa deste gênero em um canal do Governo. O Governo