Racismo no futebol brasileiro

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Em princípios do século XX, o futebol no Brasil, como quase todos os esportes, era uma atividade de elite, de afirmação social de determinados grupos brancos e intelectualizados, que se representavam como os mais saudáveis, finos e educados — os melhores da cidade. No caso do Rio de Janeiro, o futebol era mais um local de reprodução das hierarquias socais e raciais, de comprovação da supremacia branca no pós-abolição, como já é mais ou menos conhecido.

Sobre o tema, vale acompanhar o livro pioneiro de Mário Filho, “O Negro no Futebol Brasileiro”, publicado pela primeira vez em 1947. Naquele momento, Mário Filho, reconhecido fundador do jornalismo esportivo no Brasil, sentiu necessidade de escrever um livro sobre o “penoso e longo” caminho de participação e valorização do negro no futebol, processo que denominou de “democratização do futebol brasileiro” na segunda edição do livro, em 1964.

O autor denuncia o quanto era branco o futebol dos primeiros tempos, até a década de 1920, pelo menos. “Os mulatos e os pretos, uma raridade, um aqui, outro ali, perdiam-se, nem chamavam atenção”… . Nos jogos dos clubes chics, como o Fluminense, o Botafogo e o Flamengo, branco pobre, pretos e mestiços, poderiam até estar presentes, mas como torcedores, na geral. “Cada um no seu lugar”. “O Futebol não alterava a ordem das coisas. Pelo contrário. Onde se podia encontrar melhor demonstração de que tudo era como deveria ser? O branco superior ao preto. Os ídolos do futebol todos brancos. Quando muito, morenos”… Mesmo nos clubes das fábricas, como na Bangu, haveria um esforço, registra Mario Filho, para se colocar mais brancos que “pretos”, ao menos em jogos da Zona Sul.

Ao longo década de 20 e 30, outros times dos subúrbios cariocas, como o Vasco, o São Cristovão, o Bangu, o América e o Vila, começariam a incorporar os negros e, com eles, a ganhar campeonatos, em paralelo ao processo de profissionalização do futebol. Apesar disso, Mario Filho relata diversos mecanismos

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