Quinet

TEXTO 7: UM PROBLEMA DE HERANÇA
TEORIA E CLÍNICA DA PSICOSE
ANTÔNIO QUINET

VILA VELHA
2014

Objetivo:
Estudo de um caso clínico no qual o autor leva-nos a identificar e entender a estrutura da psicose.
Desenvolvimento:
No caso clínico relatado, o autor mostra-nos através da análise de um prontuário clínico e da fala da paciente como identificar um quadro paranoide.
No relato do caso, o médico questiona a internação da paciente tentando entender a história por ela relatada como da ordem da realidade. Percebe desconexões no seu discurso que sugere a necessidade de uma dissimulação. Questiona dados de sua vida, buscando entender o motivo que a fez chegar até ali. Obtém comentários e respostas desconexas em um tom paranoide que o leva a estimular a paciente a falar mais sobre o assunto. Observa comportamento silencioso e distante da paciente que se recusa a falar de seus problemas.
A paciente mantém uma relação no hospital psiquiátrico dificultada pela ausência de um movimento de demanda, mantendo certa integridade global, que faz com que o médico concorde com sua alta.
No último encontro, em um espaço fora da enfermaria, quando a paciente já estava pronta para partir, o médico propõe que ela fale mais de sua história e os relatos da paciente o levam a questionar a alta da mesma e a possibilidade dela continuar no hospital, o que é imediatamente recusado pela paciente.
Segundo Quinet (2006), a paciente só realmente falou a partir do momento em que percebeu que sua fala não iria mais restringir a sua liberdade, o grande problema desta paciente era a falta de demanda. É necessário considerar que o que a paciente fala consiste em sua verdade. A única coisa certa que se tem é a fala da paciente, como ela fala de sua história, que nos permite ver como o sujeito se estrutura. A partir da fala da paciente podemos detectar os distúrbios de linguagem que atestam a psicose, dentre os quais os neologismos e as interrupções da fala,