Questão agraria

No Brasil ao longo dos anos sempre houve uma dicotomia entre o campo e a cidade, onde o campo era tipo como símbolo de atraso em relação ao mundo urbano. E quando dentro do imaginário da população brasileira o campo passa a ganhar status isso se dá através da imagem que o agronegócio tenta passar de modelo para o campo brasileiro. Ilusoriamente isso amenizou a polaridade existe entre campo e cidade no Brasil, pois o que realmente aconteceu foi rearranjo de dominação, que para as classes trabalhadoras tanto campo ou da cidade não houveram ganho algum. Ao tratar sobre estas mudanças ocorridas no campo brasileiro Horacio Martins de Carvalho em um texto sobre As Classes Sócias no Campo no Brasil, escrito em 2006 tece ao seguinte afirmação:

“ Houve mudanças na composição das frações da burguesia agrária, do campesinato e do proletariado rural. Intensificou a articulação e integração orgânica entre o capital urbano e o capital agrário, muita vezes tendo a mesma origem corporativa . E cresceu de maneira desmesurada a presença do capital estrangeiro tanto na apropriação da terra, inclusive na grilagem de terras publicas, como na oferta de bens e serviços para a produção agropecuária e florestal, como no controle oligopsônico da aquisição de produtos de origem vegetal e animal no atacado. A dinâmica do desenvolvimento das forças produtivas foi alterada pela presença das inovações técnicos – cientificas na biotecnologia com as metodologias e produtos da transgenia, com o novo tipo de automação das maquinas e motores com a nanotecnologia. (Carvalho: 2006, pag. 04).

Diante da análise do autor pode-se tirar algumas conclusões, porém a de relevância para este trabalho está nos usos de tecnologias e conhecimento aplicado na agricultura,), pois elas também tem sido instrumento de debate e luta ideológica no campo: se de um lado desde a revolução verde a grande agricultura vem trazendo modelo de produção cada vez mais artificial e com danos sócias e ambientais