Quando um mais um é diferente de dois: praticas matematicas no parque indígena do xingu

532 palavras 3 páginas
Quando 1+1 ≠ 2. Práticas matemáticas no Parque Indígena do Xingu
Mariana K.L. Ferreira

• O artigo apresentado busca mostrar através de um relato etnográfico as práticas matemáticas indígenas no parque indígena do Xingu, especificamente no Posto Indígena Diauarum, onde trocas entre índios de diferentes etnias e outros não-índios no geral acontecem. É importante observar que os habitantes e trabalhadores de tal região vivem imersos em números e relações econômicas. • Através do relato de uma situação de venda de flechas por um índio Juruna à um funcionário da Funai, a autora elucida o conflito gerado na negociação causa pelo choque de formas de pensar e conceber valores, mais especificamente, a transformação de valores simbólicos em valores materiais por sujeitos de duas culturas distintas. • Alguns depoimentos de indígenas presentes no artigo apresentado refletem alguns aspectos sobre nossa própria cultura, como ressalta o índio Kuiussi Suyá ao observar que nossas perguntas se baseiam em “quando” e “quanto”, dizendo que nosso mundo é o dos números. Este mesmo índio ainda completa dizendo que agora os brancos usam números para tentar exterminar os índios. • Os povos indígenas do Xingu (e muitos outros povos) têm a necessidade de aprender a matemática para poder negociar com a sociedade nacional, porém, cada contexto cultural possui a sua própria lógica de raciocínio ao que se refere às relações de trocas, perdas, ganhos e dávidas, o que acaba por confrontar diretamente com a aprendizagem da matemática por povos indígenas. • Por de trás da necessidade do aprendizado da aritmética, existe algo mais complicado, que é entender a lógica matemática do outro e, entre nossa lógica capitalista e a matemática academicamente institucionalizada desenvolveu-se uma ligação muito próxima que costuma gerar dificuldades de entendimentos para os povos indígenas. • Através de outros relatos de situações de trocas, a autora cita Mauss, ressaltando que

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