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O crescimento da AIDS, o aumento da criminalidade e a escalada das drogas representam grave ameaça à juventude no limiar do novo milênio. O diagnóstico, sombrio, consta de recente relatório preparado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Para muitos jovens, “especialmente os que crescem em zonas urbanas pobres, os anos da adolescência serão os mais perigosos da vida”, sublinha o documento. Segundo o texto da OMS, o crescimento da AIDS pode comprometer os progressos na área da saúde infanto-juvenil feitos nas últimas décadas. Gravidez precoce, aborto, doenças sexualmente transmissíveis, AIDS e drogas compõem a trágica equação que ameaça destruir o sonho brasileiro. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) indicam que 54% das adolescentes sem escolaridade já ficaram grávidas. Os casos de AIDS em adolescentes causados por relações sexuais aumentaram 200% entre 1990 e 1996, passando de 47 para 141. Os números, impressionantes, contrastam com as sucessivas campanhas de educação ou de deseducação sexual. Segundo o porta-voz do Institute for Research and Evaluation, em declarações publicadas pela revista Time, “é um erro acreditar que com mais informação e acesso aos preservativos se evitem os comportamentos perigosos”. De fato, pesquisas citadas pela Time revelam que adolescentes bem-informados continuam tendo condutas sexuais de alto risco. A informação, despida de orientação moral, acaba sendo contraproducente. Na verdade, as campanhas de educação sexual, nos EUA e aqui, não têm sido capazes de neutralizar a influência causada pela onda de hipersexualização e vulgaridade que tomou conta de boa parte da programação da TV. Ao longo dos últimos anos, houve uma revolução mundial no modo de captar os valores morais, seguida de mudanças profundas na maneira de pensar e agir das pessoas. Os meios de comunicação social, particularmente a televisão, tiveram e continuam tendo importante papel