Punk

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Punk: anarquia, neotribalismo e consumismo no rock’n’roll
Cristiano Marlon Viteck*
Resumo: neste artigo, pretende-se demonstrar as origens do movimento punk, abordando sua transformação parcial de um movimento contracultural para um produto da indústria cultural. Da mesma forma, apresentamos o movimento punk como uma das formas do neotribalismo que têm marcado a sociedade contemporânea.

Abstract: This article intends to demonstrate the origins of the punk movement, showing its partial transformation from a counterculture movement into a product of cultural industry. In the same way, it presents the punk movement as a type of new tribalism tha has marked the contemporary society.

Palavras-chave: punk; consumismo; neotribalismo. Keywords: punk, consumerism, new tribalism. Surgido durante a década de 70 nos Estados Unidos e na Inglaterra, o movimento punk é um dos fenômenos sociais e culturais mais controversos da história contemporânea. Sua ideologia, teoricamente marcada pela forte contestação ao sistema capitalista, coloca o punk como um dos principais expoentes dos movimentos de contracultura da segunda metade do século XX. Com o crescimento do punk – principalmente em
Londres – e o surgimento de um movimento propriamente dito, com lançamento de discos, adoção de um novo estilo de vida e de uma moda, o próximo passo (involuntário ou não) foi chegar à exposição pública em massa. Desde então, a relação entre punks e a indústria cultural tem sido muitas vezes traumática e ao mesmo tempo contraditória.
Malcolm McLaren, empresário do grupo punk Sex Pistols, ao tentar explicar o surgimento do movimento, afirmou:
Lá pelo começo dos anos 70, a filosofia era de que você não podia fazer nada sem um monte de dinheiro. (...) No fundo, acho que foi isto que criou a raiva – a raiva era simplesmente por causa do dinheiro, porque a cultura tinha se tornado corporativa, porque a gente não a possuía mais, e todo