Pulsões na obra de freud: a mitologia da psicanálise

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Pulsões na obra de Freud: a mitologia da psicanálise

Foi o próprio Freud que enquanto elaborando a teoria das pulsões e em vista das dificuldades encontradas fez a afirmação que dá título a este trabalho: “A teoria dos instintos (pulsões) é, por assim dizer, nossa mitologia. Os instintos são entidades míticas, magníficos em sua imprecisão. Em nosso trabalho, não podemos desprezá-los nem por um só momento, de vez que nunca estamos seguros de os estarmos vendo claramente.” (Sigmund Freud Ansiedade e vida instintual in. Novas conferências introdutórias sobre Psicanálise e outros trabalhos, 1932) Em diversas passagens ao longo dos anos em que Freud desenvolveu a sua teoria das pulsões, podemos sentir o esforço empreendido por ele para, ainda que caminhando em terreno inexplorado e fugidio, conseguir justificar, ou melhor, legitimar o que para ele sempre fora uma certeza: a importância fundamental das pulsões em sua teoria. Os esboços do conceito de pulsão podem ser traçados em trabalhos dos primeiros períodos dos estudos de Freud com outros nomes e variações conceituais. Estímulos endógenos, impulsos, excitação são alguns exemplos. A definição de pulsão perpassa toda a obra de Freud seguindo a trajetória, nem sempre fácil, de seu desenvolvimento. Segundo Garcia-Roza (Freud e o Inconsciente, 1994), é em “Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade” (1905) que o discurso da pulsão em geral e da pulsão sexual em particular ganha o seu lugar privilegiado. É sobre a pulsão que precisa se satisfazer e não sobre o desejo que precisa se realizar que ele fala. No primeiro ensaio, ele estabelece duas diferenças que marcam o instinto e pulsão sexual, a saber, no primeiro o objeto e a forma de descarga seriam fixados pela natureza, enquanto que na pulsão seriam fixados no decorrer do desenvolvimento do indivíduo. No segundo ensaio, examinando um dos alicerces da teoria psicanalítica, a sexualidade infantil, Freud mostra ainda mais claramente

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