psicologia newtoniana

9862 palavras 40 páginas
A psicologia newtoniana - Cap 6

À semelhança da biologia e da medicina, a psicologia foi moldada pelo paradigma cartesiano. Os psicólogos, na esteira de Descartes, adotaram a divisão estrita entre a res cogitans e a res extensa, o que lhes dificultou extremamente entender como a mente e o corpo interagem mutuamente. A atual confusão acerca do papel e da natureza da mente, na medida em que se distinguem das funções e da natureza do cérebro, é uma conseqüência manifesta da divisão cartesiana.
Descartes, além de estabelecer uma distinção nítida entre o corpo humano perecível e a alma indestrutível, sugeriu diferentes métodos para estudá-los. A alma, ou mente, deve ser estudada por introspecção, o corpo, pelos métodos da ciência natural.
Entretanto, os psicólogos nos séculos subseqüentes não seguiram a sugestão de
Descartes; eles adotaram ambos os métodos para o estudo da psique humana, criando, assim, as duas principais escolas de psicologia. Os estruturalistas estudaram a mente através da introspecção e tentaram analisar a consciência em seus elementos básicos, ao passo que os behavioristas concentraram-se exclusivamente no estudo do comportamento, e assim foram levados a ignorar ou negar a existência pura e simples da mente. Ambas essas escolas surgiram numa época em que o pensamento científico era dominado pelo modelo newtoniano de realidade. Assim, ambas adotaram por modelo a física clássica, incorporando os conceitos básicos da mecânica newtoniana em sua estrutura teórica.
Nesse meio tempo, trabalhando mais na clínica e no consultório do que no laboratório, Sigmund Freud usou o método da livre associação* para desenvolver a psicanálise. Embora isso fosse uma teoria muito diferente, revolucionária mesmo, da mente humana, seus conceitos básicos eram também de natureza newtoniana. Assim, as três principais correntes do pensamento psicológico nas primeiras décadas do século XX
— duas no mundo acadêmico e uma no clínico — basearam-se no

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