Propriedades antibacterianas de matérias forradores

Propriedades antibacterianas de matérias forradores A presença de bactérias remanescentes na cavidade após a remoção de cárie ou através da microinfiltração resulta em inflamação pulpar, aumento da sensibilidade e cárie secundária, sendo esta última a principal causa de troca de restaurações de amálgama ou resina composta.
O efeito antibacteriano destes materiais é geralmente atribuído à liberação de íons, ao pH alcalino, ou ao pH ácido, além da presença de componentes antibacterianos. Para esta revisão de literatura, foram analisados artigos do período de 1972 a junho de 2007, nas bases de dados PubMed SciELO e BIREME.

Cimento de óxido de zinco e eugenol (ZOE)

Estes cimentos apresentam variadas formulações, sendo disponíveis para uso como restaurações temporárias, forradores cavitários, bases para isolamento térmico e para cimentação temporária e permanente. Apresentam pH neutro, no momento em que estão sendo inseridos na cavidade, e são considerados os cimentos menos irritantes entre todos os materiais odontológicos.
O ZOE apresentou o maior potencial antibacteriano em intervalos de até 7 dias em detrimento do efeito do eugenol. Com o objetivo de melhorar a atividade antibacteriana, Chandler, Heling aumentaram a quantidade de eugenol da mistura convencional e demonstraram que esta possui maior atividade após 24 horas e até 7 dias, devido à maior quantidade de eugenol livre liberada. Entretanto, a proporção pó:líquido não deve ser modificada, pois altera as propriedades físico-mecânicas do material.
A atividade antibacteriana do ZOE também foi verificada in vivo por Fairbourn et al., os quais realizaram um experimento em que lesões de cárie foram seladas com IRM e hidróxido de cálcio, utilizados como capeamento pulpar indireto. Após 5 meses, os materiais foram removidos e a dentina remanescente foi utilizada para a contagem de microrganismos. Os autores concluíram que ambos os materiais causaram redução do número de bactérias viáveis nas cavidades