Projeto Politico Pedagogico

Século XIX: A educação nacional (ARANHA, 2006, p. 199-219)
Neusiana Vieira Fernandes

Apesar da ascensão da burguesia ao poder e do fenômeno da urbanização acelerada nos séculos XVII e XVIII, apenas no século XIX o Estado pode iniciar intervenções maiores para estabelecer uma escola universal, laica, gratuita e obrigatória.
A partir de 1870, o aumento da produção industrial alterou o capitalismo liberal, instigando a busca de matéria-prima e a dilatação de mercados. A expansão dá início ao imperialismo colonialista. Superando mais uma vez a nobreza reacionária e desejosa de restauração, a burguesia impera difundindo o progresso. No oposto, nasce uma classe explorada e revolucionária, que logo reivindica mudanças nas relações sociais, inspirando-se nos críticos do liberalismo burguês.
Apesar da pressão de religiosos contra uma educação laica, lentamente o Estado a inseriu, criando também sistemas educativos nacionais, ampliando a Escola e dividindo-a em rede elementar, secundária, superior e pré-escolar. Na rede secundária, a formação propedêutica ao superior era destinada às elites, sobrando para o trabalhador comum a instrução técnica. Criam-se também Escolas Normais, os cursos de preparação para o magistério. Naquele momento, o ensino afastou-se do caráter universal para vincular-se ao espírito cívico e patriótico do nacionalismo presente.
Em solo europeu, destaca-se o papel de educadores como Humboldt (1767-1835), na reorganização do ensino elementar alemão; Lancaster (1778-1838), com um sistema de ensino mútuo e de monitoria; Robert Owen (1771-1858), fundando escolas para filhos de operários. Em solo dos Estados Unidos, cabe destacar a fundação da primeira universidade estatal da Virgínia, em 1819, e a criação, desde 1820, de inúmeras instituições politécnicas destinadas ao ensino profissional a favor do crescimento econômico do país. Com espírito similar, organiza-se na década seguinte o ensino primário e o secundário, destacando-se Horace Menn