Projeto mestrado finalizado

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO
INSTITUTO DE PSICOLOGIA
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA INSTITUCIONAL

ANDRÉ RODRIGUES TORRES

Saúde mental e seus atravessamentos: possibilidades de intervenção

Projeto de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) apresentado para fins de exame de seleção.
Orientadorª: Profª Drª Renata Costa Moura

VITÓRIA
2014
INTRODUÇÃO: TEMA E PROBLEMA
O principal objetivo deste trabalho seria em torno da questão: Qual seria o tipo de tratamento adequado para pacientes psicóticos?
Atualmente, um tipo de intervenção no tratamento com os pacientes psicóticos é a intervenção medicamentosa, que por sua vez é de responsabilidade do psiquiatra. De acordo com Michel Foucault (1979), a história da transformação da loucura em um tipo de fenômeno patológico envolve uma forma de poder dos profissionais envolvidos nesse processo, que tem por objetivo a separação de comportamentos desviantes com baixa capacidade de adaptação em meio às regras de conduta impostas pela sociedade. Esse poder pode ser traduzido por tais palavras a seguir, segundo Foucault,

“Aquele que pode dizer a verdade da doença pelo saber que dela tem, e aquele que pode produzir a doença em sua verdade e submetê-la, na realidade, pelo poder que sua vontade exerce sobre o próprio doente” (Foucault, 2001, p.122)

Segundo Isaias Pessoti (1996), em seus estudos sobre o surgimento da loucura, esse fato aconteceu no séc XlX, quando Philippe Pinel escreveu Traité médico-philosofique sur l’aliénation mentale. Seu tratado, segundo Isaias Pessoti, tinha como principal objetivo o tratamento moral, que se caracterizava pela tentativa de modificar o comportamento agressivo e incompreensível em uma postura “centrada”, capaz de adequar-se a regras sociais. Dessa forma começa a surgir um espaço especifico de “tratamento” para comportamentos “fora do padrão”.