projeto de pesquisa

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
MESTRADO EM PSICOLOGIA

RODRIGO RAMIRES FERREIRA

Discursos da Medicalização na Infância: perspectivas construcionistas sociais para outras produções de sentido.

MARINGÁ
2013
INTRODUÇÃO
Temos atualmente a difusão de um discurso medicalizante em nossa sociedade que vem se construindo ao longo de nossa história. Podemos entender a medicalização como sendo um processo de incursão de um único saber, o saber médico, nas relações sociais, produzindo uma única verdade sobre os transtornos mentais, a verdade biológica.
O nascimento da medicina social no final do século XVIII e início do século XIX, passando pelas classificações patológicas ao final do século XIX proporcionaram o nascimento de uma cientificidade da medicina (FOUCAULT, 2004; 1977). Os saberes da psiquiatria e da psicologia no início do século XX, a publicação de todas as edições do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), as novas tecnologias na produção de medicamentos, diagnósticos por análise de imagens sofisticadas e produções acerca da genética humana, são alguns dos discursos em que se ancora o discurso da medicalização.
Inúmeras formas de expressão da subjetividade humana inseridas nas exigências de uma sociedade pautada em uma lógica de consumo e uma lógica produtiva vão ganhando um caráter patológico. Com isso, a procura por medicamentos tem aumentado no decorrer dos anos, visando à cessão do sofrimento de quem não se encaixa nessa lógica. Os dados mais recentes publicados em 18 de fevereiro de 2013 no portal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) “apontam um crescimento de 75% no consumo de metilfenidato (Ritalina) entre os anos de 2009 e 2011 entre crianças de 6 a 16 anos” (FERREIRA, 2013).
A medicalização na infância é um processo que legitima o discurso psiquiátrico, e esse discurso ganha um espaço muito grande no processo de aprendizagem da