Professora

Achar uma fotografia como “A menina que queria escrever” não é uma missão difícil se vasculharmos álbuns de família dos anos 70. O desafio de uma busca como esta, é encontrar características plausíveis para uma análise completa e descrever de forma conotativa e denotativa , para assim avaliar seu olhar significativo, representativo, definir sua mensagem e de que maneira é vinculada aos valores de cunho ideológicos.
A foto em preto e branco representada na página anterior como o Tal , relata uma criança saudável de aproximadamente 3 anos de idade - vamos chamá-la de Júlia – que está adequadamente vestida, de fraldas, com uma saia listrada, regata branca, sapato, meias brancas e penteada com dois elásticos enfeitados para cabelo. Júlia está sorrindo, sentada em uma cadeira própria para crianças de sua idade, inclinada em direção a uma mesa baixa e segurando um lápis com sua mão direita. Em cima da mesa encontram-se: um estojo ao seu lado esquerdo, um caderno pautado aberto ao centro e um arranjo de flores artificiais na diagonal da mesa ao seu lado direito. Pode-se observar que Júlia está em uma sala de paredes brancas, com piso de madeira, um tapete escuro e duas poltronas neutras ao fundo.
Como espectador, percebe-se que o fotógrafo vê em Júlia um grande potencial de transformar uma pequena garotinha em uma criança estudiosa, então, vê a oportunidade de captar o momento que retrataria esta ambição significativa da criança de escrever tão precocemente. O enquadramento expressa a preocupação com a estética do ambiente propriamente distribuído e centraliza uma criança asseada, inteligente, esperta, alegre, comportada e pertencente de uma família bem estruturada e que prima pelos estudos. A foto transmite um sentimento de orgulho do fotógrafo pela fotografada e a torna digna de um clássico álbum de família. Este pacto entre o fotógrafo e o espectador, compõe o studium e mostra uma retórica bem representada, pois, dependendo do repertório do espectador, esta