Produção de mercadorias e modo de produção capitalista
O capítulo aqui abordado, Produção de mercadorias e modo de produção capitalista, da obra Economia Política: uma introdução crítica dos autores José Paulo Netto e Marcelo Braz, nos permite uma compreensão histórica a cerca do modo de produção capitalista que se expressa a partir do acúmulo de riquezas, oriundos da produção de mercadorias, não obstante trataremos aqui de como se constitui essa mercadoria e das características que lhes são particulares.
Dentro de uma perspectiva histórica que a obra nos permite realizar, analisaremos a produção mercantil desde o escravismo, passando pelo feudalismo, pelo desenvolvimento comercial e assentando-se no modo de produção capitalista, bem como traremos presente a relação capital e trabalho que constitui a acumulação primitiva e de como essa relação pode ser coisificada.
2. PRODUÇÃO DE MERCADORIAS E MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA
2.1. MERCADORIA E PRODUÇÃO MERCANTIL
A mercadoria trata-se de um objeto alheio ao homem, capaz de satisfazer suas necessidades. Desde os primórdios houve a necessidade da produção de mercadorias que, por sua vez, consiste na produção de valores de uso. Assim, pode-se afirmar que a existência da sociedade depende inquestionavelmente da existência do trabalho.
Duas características são cruciais para que se haja a produção de mercadorias:
• Os valores de uso devem ser reproduzidos;
• Além do valor de uso, deve haver o valor de troca.
E, perpassando tais características, é fundamental que haja a divisão social do trabalho e que os meios de produção sejam de propriedade privada.
A produção mercantil surgiu durante o escravismo e cresceu significativamente no feudalismo, porém "nem o escravismo, nem o feudalismo podem ser considerados modos de produção de mercadorias; rigorosamente, apenas o modo de produção capitalista caracteriza-se como um modo de produção de mercadorias". (NETTO, JOSÉ PAULO & BRAZ, M., 2006. P. 80).
2.2. PRODUÇÃO MERCANTIL SIMPLES