Princípios gerais do diagnostico psicológico
Há, no processo diagnóstico, uma relação dialética permanente entre o particular, individual, e o geral, universal.
Tanto na natureza como na esfera humana, podem-se distinguir três grupos de fenômenos em relação à possibilidade de classificação:
1. Aspectos e fenômenos encontrados em todos os seres humanos. Tais fenômenos fazem parte de uma categoria ampla demais para a classificação, sendo pouco útil o seu estudo taxonômico. De modo geral, em todos os indivíduos a privação das horas de sono causa sonolência, e a restrição alimentar, fome; ou seja, são fenômenos trivais que não despertam grande interesse à psicopatologia.
2. Aspectos e fenômenos encontrados em algumas pessoas, mas não em todas.
Estes são os fenômenos de maior interesse para a classificação diagnóstica em psicopatologia. Aqui, situam-se a maioria dos sinais, sintomas e transtornos mentais.
3. Aspectos e fenômenos encontrados em apenas um ser humano em particular.
Tais fenômenos, embora de interesse para a compreensão do ser humano, são restritos demais, e de difícil classificação e agrupamento, tendo maior interesse os seus aspectos antropológicos, existenciais e estéticos que propriamente taxonômicos.
De modo geral, pode-se afirmar que o diagnóstico só é útil e válido se for visto como algo mais que simplesmente rotular o paciente. Funcionaria apenas como estímulo a preconceitos que devem ser combatidos. A legitimidade do diagnóstico psiquiátrico sustenta-se na perspectiva de aprofundar o conhecimento, tanto do indivíduo em particular como das entidades nosológicas utilizadas. Isso permite o avanço da ciência, a antevisão de um prognóstico e o estabelecimento de ações terapêuticas e preventivas mais eficazes.
Do ponto de vista clínico e específico da psicopatologia, embora o processo diagnóstico em psiquiatria siga os princípios gerais das ciências médicas, há certamente alguns aspectos particulares que devem ser aqui apresentados:
1. O