“Princípio de razão e mundo em schopenhauer”

“Princípio de razão e mundo em Schopenhauer”

Schopenhauer desenvolve toda sua construção filosófica em torno de dois conceitos, de um lado o mundo como representação e de outro como vontade. O mundo como representação se divide em duas partes interligadas: a do sujeito e a do objeto. A primeira diz do ser único, que não pode ser medido nem dividido, o mundo é conhecido através dele e de sua sensibilidade, portando não existiria sem ele. E a segunda é sobre a teoria do princípio de razão, que é a intuição empírica, intuição do que vemos representados em imagem.

Essa teoria diz que o cérebro trabalha a partir dos dados externos os quais são fornecidos aos sentidos, possibilitando a percepção do mundo e da realidade ao transformar essas informações em imagem. A mente apreende a priori, ou seja, o conhecimento não chega através da experiência, e sim das sensações criadas a partir da visão e tato. Isso nada mais é do que uma relação de efeito (informação recebida pelo corpo) e causa (imagem). Esse entendimento é feito de forma tridimensional: tempo, espaço e causalidade. De acordo com Barboza (2006), o entendimento intui diretamente e quando as sensações lhe são fornecidas, as toma como um efeito, para, via causalidade, remontar temporalmente até a sua origem, posicionando-as no espaço como representação intuitiva.

Já o mundo como vontade, enxerga o ser humano como animal, um sistema fisiológico, com seus sentidos e desejos submetidos ao princípio de razão. A vontade é o que existe de mais essencial e fundamental no mundo, ela traz um sentido às coisas e à vida. Porém nesse processo de querer a qualquer custo, de modo irracional e inconsciente surge o egoísmo, um mal inevitável à existência humana, onde os interesses individuais são priorizados e por conta disso, muitas vezes são geradas violência e crueldade. “O egoísmo é colossal, ele comanda o mundo. Se fosse dado, pois, a um indivíduo escolher entre a sua própria aniquilação e a do mundo, nem preciso dizer