Preto no branco
Síntese e análise do livro de Thomas E. Skidmore
O objetivo deste trabalho é apresentar o livro de Thomas E. Skidmore Preto no Branco: Raça e nacionalidade no pensamento brasileiro (1870-1830) e assim compreender como, no imaginário cultural, se construíram mitos que ainda hoje são veiculados pelos meios de comunicação. Estes mitos são: Da inexistência de preconceito racial no Brasil colonial e como as teorias eugênicas foram transpostas pela intelectualidade do século XIX e inicio do século XX para a realidade miscigenada da sociedade do país durante a chamada republica velha, culminando na democracia das raças de Paulo Freire e do brasileiro cordial de Sérgio Buarque de Holanda¹. O tratado de Skidmore inicia-se, informando que o Brasil de 1865 era uma anomalia política no continente sul-americano: O esfacelamento territorial das colônias espanholas durante sua independência não ocorreu neste país e institui-se uma monarquia hereditária, com uma base econômica agrária e mantida por mão de obra escrava. No império de Dom Pedro II, a teoria política e filosófica vigente era conhecida como ecletismo. A união de diversas ideias francesas unidas desde que estas não fossem contrárias às normas sociais vigentes. A política partidária formada por uma parcela mínima da população era de características indistintas, já que defendia interesses similares e o sistema eleitoral possuía um histórico de fraudes e manipulações. Entre os intelectuais de formação Europeia, o movimento positivista iniciava sua influência e o romantismo exibia sinais de uma nação idealizada e distante da realidade. Pois os personagens, a sociedade que era retratada, ignoravam a existência do homem negro livre, como declarou o historiador literário Antonio Cândido. Preferindo exibir indígenas e chegando ao extremo de buscar indígenas em sua árvore genealógica ou editar dicionários de tupi Guarani². Para ilustrar este fato,