Precisamos falar sobre o Kevin, uma breve análise

PRECISAMOS FALAR SOBRE O KEVIN: UMA BREVE ANÁLISE
A película Precisamos falar sobre o Kevin é a adaptação de um romance homônimo escrito pela americana Lionel Shriver. Dirigido pela escocesa Lynne Ramsay, o filme, desde o começo, transmite um sentimento de angústia e inquietação ao espectador.
O filme se desenvolve de forma não linear. Através de cenas desordenadas cronologicamente acompanhamos as lembranças de Eva, uma mãe cuja vida é devastada pelos atos violentos do filho Kevin. A trama tenta desvelar os aspectos que contribuíram para o comportamento agressivo de Kevin, desde a sua concepção até o desfecho trágico da história.
Eva é uma mulher que se depara com a gravidez no momento inadequado, que deixa de lado uma vida profissional bem sucedida para se dedicar ao casamento e às cobranças exigidas por este. Desde a gestação, Eva demonstra sinais insatisfatórios a essa situação. A inabilidade a torna uma mãe distante e ausente. A incapacidade em acolher e dialogar com o filho propicia um clima tenso e sofrível ao longo da trama. O choro incessante do bebê a incomoda de forma a parar o carrinho ao lado de uma britadeira e se sentir aliviada com o barulho que a faz esquecer aquele choro inquietante. Um modo sádico de aliviar o recorrente incômodo. No decorrer da narrativa, Eva toma para si várias formas. Ora assume o papel de mãe dedicada e preocupada, ora não consegue esconder a frustração e o aborrecimento que esse papel lhe causa.
Franklin, pai de Kevin, exerce um papel fundamental. Ausente, realiza todas as vontades e contribui com a falta de limite do garoto. Assim como Eva, não desempenha muito bem o seu lado paterno. Ambos fingem não enxergar as atitudes de Kevin e Franklin finge não perceber o estado de sua esposa. Há falta de diálogo total entre os três.
Kevin tenta chamar a atenção da mãe o tempo todo. Um fato curioso acontece quando usa o cocô para punir Eva, tendo que trocá-lo constantemente. O garoto usa fraldas mesmo em idade avançada,