Pp Da Kika

Para combater pela verdade o escritor usa uma inverdade: a literatura. Mas é uma mentira que não mente. Mia Couto, Pensatempos, 2005

Contrato de Leitura e Exposição Oral
Bárbara Ribeiro; nº 4 Francisca Sá, nº 10; Inês Sequeira, nº 29

Mia Couto
• António Emílio Leite Couto nasceu a 5 de
Julho de 1955 em Moçambique.
• Iniciou os seus estudos em medicina mas acabou por seguir a área do jornalismo.
• Os seus primeiros poemas foram escritos apenas com 14 anos, estes foram publicados no jornal “Notícias da Beira”.

• Mia Couto tanto escreveu poesias como contos, romances, crónicas, literatura infantil e também novelas. • Poesias: Raiz de Orvalho; Raiz de Orvalho e Outros
Poemas.
• Contos: Vozes Anoitecidas; Cada Homem é uma raça;
Contos de Nascer na Terra.

• Crónicas: Cronicando; O País do Queixa Andar; E se
Obama fosse Africano? E outras intervenções.
• Romances: Terra Sonâmbula; Mar Me Quer; Vinte e
Zinco.
• Litertura Infantil: O Gato e o Escuro; O Beijo da
Palavrinha.
• Novela: A Chuva Pasmada

“Identidade”
Preciso ser um outro para ser eu mesmo
Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta
Sou pólen sem insecto
Sou areia sustentando
O sexo das árvores
Existo onde me desconheço aguardando pelo meu passado
Ansiando a esperança do futuro
No mundo que combato morro no mundo por que luto nasço

Mia Couto, in “Raiz de Orvalho e Outros Poemas”

“No teu rosto”
No teu rosto competem mil madrugadas
Nos teus lábios a raiz do sangue procura suas pétalas
A tua beleza é essa luta de sombras é o sobressalto da luz num tremor de água é a boca da paixão mordendo o meu sossego

Mia Couto, in “Raiz de Orvalho”

“Saudade”
Magoa-me a saudade do sobressalto dos corpos ferindo-se de ternura dói-me a distante lembrança do teu vestido caindo aos nossos pés
Magoa-me a saudade do tempo em que te habitava como o sal ocupa o mar como a luz recolhendo-se nas pupilas desatentas

Mia Couto, in “Raiz de Orvalho”

Seja eu de novo tua sombra,teu desejo
Tua noite sem remédio
Tua virtude, tua