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O objetivo do presente artigo é o de suscitar novos conceitos acerca do lugar da África na ordem internacional que se desenha no início do século XXI.1 Merecerão destaque as atuais formas de inserção internacional dos seus Estados nacionais, criadas de dentro para fora das soberanias africanas, bem como o envolvimento crescente de antigos e novos atores globais que participam, de forma interessada e crescente, na gestação do futuro daquele continente.2
A hipótese aqui examinada é a de que o continente africano assiste transição positiva para um novo patamar de inserção internacional no início do novo século. Três conceitos centrais alimentam o exame dessa hipótese: a) o avanço gradual dos processos de democratização dos regimes políticos e a contenção dos conflitos armados; b) o crescimento econômico associado à performances macroeconômicas satisfatórias e alicerçadas na responsabilidade fiscal e preocupação social; e c) a elevação da autoconfiança das elites por meio de novas formas de renascimentos culturais e políticos.
Os argumentos centrais estão organizados em torno de quatro unidades. Na primeira apresentam-se argumentos que comprovam a elevação do status na África no mundo e o paradoxo da baixa apreciação, no Brasil, do novo lugar da África na sociedade internacional. Em segundo lugar, abordam-se alguns dos desafios das cinco décadas da formação dos Estados independentes da África. Em terceiro lugar, tratam-se algumas visões depreciativas e positivas disponíveis na literatura universal acerca do papel da África no sistema internacional contemporâneo bem como os movimentos estratégicos de grandes Estados globais no coração do continente nos dias atuais. Em quarto avalia-se, no contexto dos países de língua portuguesa na África, a elevação gradual de status de Moçambique, caso emblemático da elevação da autonomia decisória na ordem internacional em construção no início do século XXI. À guisa de conclusão, avaliam-se iniciativas de soberania política na

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