portugues
Analise Poética e Interpretação
2º semestre curso de Letras
UNIVERSIDADE PAULISTA
Este inferno de amar – Almeida Garrett
Este inferno de amar – como eu amo!
Quem mo pôs aqui n’alma… quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é vida – e que a vida destrói.
Como é que se veio atear,
Quando – ai se há-de ela apagar?
Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez… foi um sonho.
Em que a paz tão serena a dormi!
Oh! Que doce era aquele olhar…
Quem me veio, ai de mim! Despertar?
Só me lembra que um dia formoso
Eu passei… Dava o Sol tanta luz!
E os meus olhos que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? Eu que fiz? Não o sei;
Mas nessa hora a viver comecei…
Por instinto se revela,
Eu no teu seio divino
Vim cumprir o meu destino...
Vim, que em ti só sei viver,
Só por ti posso morrer.
Estrutura poetica
– A nível fónico: Rimas, a pontuação expressiva; elementos descritivos na última estrofe;
- A nível lexical: metáfora ; perguntas de retórica; oximoro; antítese ; paradoxo; adjectivação (serena, doce, formoso, vagos, ardentes);
Além de outros recursos estilísticos
- A nível semântico:Dicotomias antagonicas
Analise do poema atendendo aos seguintes aspectos:
- Tema e seu desenvolvimento
Estes poemas reflectem um amor em que há uma entrega total ao presente. Explora-se, o jogo das antíteses inerentes à expressão do amor, imprimindo-lhe uma veemência única na poesia amorosa portuguesa, o que realça o realismo da experiência sentimental.
- Sentimentos expressos
A frustração amorosa, sonho, fuga da realidade, foram trassos marcantes na composição do poema
- Antítese central
Neste poema é facilmente identificar o paradoxo já no título, pois supõe-se que o sentimento amor está imerso em coisas boas, felicidade e que não