Portas
Eu fui adotado. Eu nunca soube quem era minha mãe biológica, minto, eu lembro de vê-la uma vez antes de deixa-la, porém eu era muito novo e não consigo me recordar muito bem. Mesmo assim, eu amava minha família adotiva. Eles eram muito bons pra mim. Eu comia bem, morava em uma casa acolhedora e confortável e ainda podia ficar acordado até tarde. Deixe-me descrever a minha família rapidinho: primeiramente a minha mãe, pra falar a verdade eu nunca a chamava de mãe ou qualquer coisa do tipo, eu só a chamava pelo primeiro nome, Christiane, porém ela não implicava comigo por esse motivo. Eu a chamava assim por tanto tempo, que eu acho que ela nem se importava mais. De qualquer maneira, ela era uma mulher muito doce, acho que foi ela mesma que teve a ideia de minha adoção para falar a verdade. Às vezes eu colocava minha cabeça em seu colo enquanto assistíamos televisão e ela gentilmente fazia cócegas em minhas costas com suas unhas. Resumindo, ele parecia aquelas mães perfeitas que vemos em filmes. Agora sobre o papai: seu verdadeiro nome era Carlos, mas ele nunca gostou muito de mim, então em uma tentativa desesperada para ganhar seu afeto, comecei a chamá-lo de pai (tentativa que diga-se de passagem não funcionou). Parecia que não importasse pelo o que eu o chamasse, ele nunca me amaria tanto quanto sua filha biológica. Eu entendia essa situação então não o pressionava tanto nesse aspecto. A característica mais notável do papai era sua severidade extrema. Ele não tinha medo de sentar a cinta em seus filhos quando os mesmos faziam bagunça. Descobri isso pela primeira vez, quando não soube usar o banheiro corretamente em minha primeira tentativa. Ele não hesitou em me bater. Bem, se hoje sou bem obediente isso deve-se a seus métodos de educar. Por último irei falar de minha irmã. A Carlinha era muito jovem quando eu fui adotado, tinhamos praticamente a mesma idade ( ela sendo um pouco mais velha). Mas mesmo assim eu sempre a via como a irmã mais nova.