Porque não se fala de erro em linguistica.

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Porque não se fala de erro em Linguística

A língua falada no Brasil não é homogênea, ou seja, as pessoas não usam a língua da mesma maneira. De acordo com o meio social, ou cultural, ou a situação de comunicação, temos formas diferentes de uso da língua. O que deve ser levado em consideração, é que linguisticamente falando, nós temos apenas diferentes usos. Por outro lado, sabemos que na sociedade as pessoas podem ser discriminadas a partir do uso que fazem da língua. Isso como conseqüência do que se convencionou como falar certo ou errado, de acordo com o que essa sociedade considera ser o bom uso da língua. É preciso reconhecer que isso é uma questão de preconceito, oriundo das camadas de prestígio dessa sociedade.
Romper com o preconceito lingüístico é reavaliar a noção de erro. Essa tradicional noção de erro é que permite que as pessoas escrevam livros absurdos e vendam milhares de exemplares. Na verdade, grande parte do que se rotula de “erro de português”, é um mero desvio de gramática, o que não vai prejudicar a intenção do autor.
Do ponto de vista científico, não existe erro de português. Todo falante nativo de uma língua é um falante plenamente competente dessa língua, capaz de discernir se um enunciado obedece ou não às regras de funcionamento da língua.
Ninguém comete erros ao falar sua própria língua materna. Só se erra naquilo que é aprendido e constitui um saber secundário, obtido por treinamento, prática e memorização. A língua materna não é um saber desse tipo. É interessante ressaltar um trecho de “Sofrendo a gramática” de Perini, onde ele explica a razão da língua ser inata:
“[...] qualquer falante de português possui um conhecimento implícito altamente elaborado da língua, muito embora não seja capaz de explicitar esse conhecimento. E [...] esse conhecimento não é fruto de instrução recebida na escola, mas foi adquirido de maneira tão natural e espontânea quanto a nossa habilidade de andar.”
Algumas teorias linguísticas, assim como as

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