Populismo

Essa revisão visa abordar a trajetória do conceito de populismo na história brasileira. Nesse caminho o debate ficará mais restrito ao conteúdo dos debates teóricos fazendo pararelos com os acontecimentos quando necessário. Assim o texto de A. C. Gomes “O populismo e as ciências sociais no Brasil: notas sobre a trajetória de um conceito” norteará a discussão. Dialogará com o primeiro capítulo do artigo de Alessandro Batistella, entitulado “Um conceito em reflexão: o ‘populismo’ e sua operacionalidade”. Neste processo será levantado o olhar de Weffort, o autor considerado mais relevante nessa perspectiva, de acordo com o texto trabalhado na ementa.
E por fim, fechando a trajetória, será discutida as proposições do trabalho de Laclau feita no trabalho de Vicente Neves da Silva Ribeiro, “Populismo radical e o processo bolivariano: o conceito de populismo de Laclau e as analises da Venezuela contemporênea”, em que a atenção será dada a primeira parte: a teoria de populismo de Ernesto Laclau.

O marco inicial de Gomes (1996) em sua investigação, assim como o de Batistella (2012), acerca das primeiras formulações teóricas do conceito de populismo recaem sobre o grupo de intelectuais financiado pelo Ministério da Agricultura que se reunia em Itatiaia a partir de 1952. Esse grupo ficou conhecido como Grupo de Itatiaia. Os dois autores assinalam os três elementos frisados pelo grupo acerca do populismo: é uma política de massas vinculada a proletarização dos trabalhadores na sociedade complexa moderna; a classe dirigente está em crise e necessita do apoio das massas emergentes; e por fim o “surgimento” de um líder carismático capaz de articular os fenômenos (GOMES, 1996; BATISTELLA, 2012). Gomes assinala que na década de 1950 as formulações sobre o fenômeno estão imersas na política do nacional desenvolvimentismo, onde entende-se uma manifestação de transição do países latino-americanos onde se passa da base agroexportadora para expansão urbano industrial (p. 5).