Pontos Importantes do Capítulo I do Livro Formação Econômica do Brasil

Pontos Importantes do Capítulo I do Livro Formação Econômica do Brasil

A herança colonial e as transformações no século XIX
Por que, em plena “era da globalização”, é preciso voltar à época colonial para estudar a formação econômica e social do Brasil no período republicano?
É certo que um observador atento pode facilmente reconhecer alguns vestígios da época colonial no Brasil de hoje – por exemplo, as construções em cidade como Olinda, Salvador e Ouro Preto, entre tantas outras. Pode-se observar ainda a sobrevivência de técnicas agrícolas e artesanais típicas do período colonial em áreas mais atrasadas do País.
Há, no entanto, uma herança colonial que não é reconhecida como tal porque sua presença parece “natural” à própria constituição da economia e da sociedade brasileira atual. Esses elementos, cujo caráter colonial permanece oculto, são extremamente importantes para entender-se a estrutura da sociedade e muitos de seus problemas atuais.

A estrutura da economia colonial
Constituída com a finalidade de fornecer gêneros tropicais ao comércio europeu, a economia colonial estruturou-se de forma a atender esse objetivo com base em três elementos essenciais: grande propriedade, monocultura e trabalho escravo.
A nossa economia se subordina inteiramente a este fim, isto é, se organiza e funcionará para produzir e exportar aqueles gêneros. (Caio Prado Junior)
O colono português via, na América, a oportunidade para estabelecer um negócio – e um grande negócio. Diferentemente, os colonos ingleses da Nova Inglaterra buscaram, na América do Norte, abrigo dos conflitos políticos e religiosos de seu país, admitindo recompor no Novo Mundo sua condição de origem – ou seja de pequenos proprietários rurais.
Com uma produção monocultora, não há razões para diversificação, fugindo ao “sentido da colonização” (por exemplo, produzindo par ao mercado interno).
O clima tropical e as condições hostis do meio natural afugentariam o trabalhador europeu. Daí a necessidade