Política de Guerra s Drogas nos Estados Unidos x Política de Redução de Danos na Holanda

1939 palavras 8 páginas
Política de Guerra às Drogas nos Estados Unidos x Política de Redução de Danos na Holanda
Guerra às drogas
A ideia de que o consumo de drogas demonizava e induzia seus usuários à violência sempre esteve presente no imaginário cristão ocidental. Moralmente, o pensamento cristão sempre condenou o consumo de plantas e fungos psicoativos, especialmente os outrora vinculados a rituais pagãos, como o cânhamo, a mandrágora, o ópio, a Amanita muscaria além de outras (SCHULTES et al, 1992). Durante a Revolução Científica (século XIX), a obtenção de princípios ativos isolados produziu apresentações mais potentes, aumentando os relatos de acidentes e complicações entre os usuários. Vinculada a esse movimento, a nascente psiquiatria contemporânea passou a identificar nas substâncias propriedades capazes de levar seu consumidor à degradação moral e ao vício, posteriormente denominados dependência (ESCOHOTADO, 1995). Na Idade Média, os cruzados se assustaram com os métodos de guerra de Hassan bin Sabbath e seus soldados usuários de haxixe. Passaram a chamá-los de haxixins ou assassinos (ashishins) e o termo se generalizou para denominar todo aquele que é capaz de exercer atos de violência contra a vida humana com requintes de crueldade (CASHMAN, 1996). Durante o período colonial nas Américas, o consumo do cânhamo pelos escravos, durante seus rituais religiosos era associado à lascívia e ao descontrole (DÓRIA, 1958). No mundo industrializado do século XIX, o consumo dessas substâncias entre as classes sociais mais pobres e excluídas, como os proletários, imigrantes e negros, foi cada vez mais relacionado às manifestações de raiva e violência que eclodiam de modo explosivo e desordenado em todo mundo desenvolvido daquele período (MUSTO, 1987).
Após os anos 50 e 60, época em que houve o surgimento do uso recreativo da heroína e do LSD – posteriormente proibidos – houve então o crescimento do uso da cocaína e o surgimento do crack. A partir disso, as políticas repressivas passaram

Relacionados

  • Descriminalização das Drogas
    6004 palavras | 25 páginas
  • MARCOS H N SALLES Trab Diplom 2012
    34748 palavras | 139 páginas
  • reduçao de danos: por uma perspectiva ética
    10751 palavras | 44 páginas
  • PSIQUIATRIA
    9003 palavras | 37 páginas
  • Divorcio
    17966 palavras | 72 páginas
  • Drogas e Etica
    18392 palavras | 74 páginas
  • Clinica de rua
    37919 palavras | 152 páginas
  • UD XXI - A NOVA ORDEM MUNDIAL E O SÉCULO XXI
    18180 palavras | 73 páginas
  • Familias e recuperaçao de drogas
    43940 palavras | 176 páginas
  • drogas
    29173 palavras | 117 páginas